Localizado a 60 km de Ribeirão Preto, no Km
245 da Via Anhanguera, no agradável e
bucólico município de Santa Rita do Passa Quatro , está o Parque Estadual de
Vassununga, uma das últimas reservas de floresta latifoliada tropical
semidecídua, ou seja, mata Atlântica de interior e de cerrado.
Foi criado em 26 de outubro de 1970 pelo
Governo do Estado de São Paulo e possui 1.732,14 há.
À entrada do parque, um marco geodésico
indica latitude -21°45’ e longitude -47°17’33’’ .
Através dessas coordenadas o mundo
científico se localiza e a elas todos os ecologistas dão fundamental
importância, não só pelo que representa
o parque, mas por estar lá uma realeza.
Quis a natureza que em nossa rica região de
Ribeirão Preto remanescesse o mais antigo ser vivo do planeta: um
jequitibá-rosa com 3,6 m de diâmetro (11 homens para abraçá-lo), 40 metros de
altura e 3 mil anos de idade. As
sequóias da Califórnia são árvores até maiores, porém apenas milenares,
enquanto nosso jequitibá é trimilenar.
Quando o vi pela primeira vez, não sabia se
sentava ou se me ajoelhava para reverenciar toda aquela majestade. Ali, entre
outros seus irmãos mais novos, assemelha-se a um guardião cabeludo e barbudo
observando a floresta. Num outro momento, tem-se a impressão de que seus
grossos galhos são como os braços de um gigante acorrentado aos céus, bradando
contra a humanidade pela derrubada incontida das matas, lar de seus pais, de
seus irmãos e de todos seus parentes árvores, numa guerra indefesa, mais
desastrosa do que as bombas detonadas ou a serem detonadas por americanos e
outros. Mas essa infâmia tem que acabar;
aos pés do herói sobrevivente deveriam chorar e arrepender-se aqueles que, sem
sentimento algum, devastaram impiedosamente a Mata Atlântica, a Araucária e de
quererem agora acabar com a Amazônia.
É importante que visitemos essa
preciosidade, que dela falemos aos filhos, sobrinhos, netos e amigos, a fim que
as gerações futuras sensibilizem-se para a recuperação do equilíbrio ecológico.
Há um estacionamento junto à mata, onde um
monitor espera os visitantes para uma preleção. Segue-se a pé, por caminhos bem
cuidados, com quiosques, lixeiras e placas com nomes das espécies de árvores,
percorrendo-se cerca de 1,5 k até o
jequitibá, onde há bancos de madeira e bebedouros. Indo adiante, temos banheiros limpos e o
bosque dos jequitibás, despontando-se um outro enorme, quase do tamanho do
nosso gigante herói.
Recomenda-se levar repelentes ou usar
calças e mangas compridas, pois os mosquitos de lá ainda não estão acostumados
com você.
Crônica de Ovídio Aparecido Mora
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