Em nossa caminhada na região de Santa Rita do Passa Quatro visitamos alguns pontos turísticos da cidade, tais como: Deserto do Alemão, Museu Zequinha de Abreu, Cachoeira da Usina São Valentim e fizemos a famosa Trilha dos Jequitibás, onde está localizado o Patriarca, maior Jequitibá que existe por aqui.
Como resultado temos uma enorme quantidade de fotos. As fotos do Renato Dionísio e de Ademir Martins estão na nossa página do Google+: https://plus.google.com/+Peregrinosecia .
As fotos do Ravasi estão em : https://photos.google.com/share/AF1QipOZqqRRC3lJ27sQ6qm-_xLMfkSMDfcCuA_riAfbcARLjBhIFeYhOUJiEEMusUIZaA?key=TkR5N1RYYWVMakVGRXBBLTBMYXpuNVhHWHQ1a0p3 .
Vamos também recordar uma crônica falando sobre o Jequitibá escrita pelo Ovídio Mora em 2003.
O JEQUITIBÁ
Crônica de Ovídio Aparecido Mora
Localizado a 60 km de Ribeirão Preto, no Km 245 da Via Anhanguera, no agradável e bucólico município de Santa Rita do Passa Quatro , está o Parque Estadual de Vassununga, uma das últimas reservas de floresta latifoliada tropical semidecídua, ou seja, mata Atlântica de interior e de cerrado.
Foi criado em 26 de outubro de 1970 pelo Governo do Estado de São Paulo e possui 1.732,14 há.
À entrada do parque, um marco geodésico indica latitude -21°45’ e longitude -47°17’33’’ .
Através dessas coordenadas o mundo científico se localiza e a elas todos os ecologistas dão fundamental importância, não só pelo que representa o parque, mas por estar lá uma realeza.
Quis a natureza que em nossa rica região de Ribeirão Preto remanescesse o mais antigo ser vivo do planeta: um jequitibá-rosa com 3,6 m de diâmetro (11 homens para abraçá-lo), 40 metros de altura e 3 mil anos de idade. As sequóias da Califórnia são árvores até maiores, porém apenas milenares, enquanto nosso jequitibá é trimilenar.
Quando o vi pela primeira vez, não sabia se sentava ou se me ajoelhava para reverenciar toda aquela majestade. Ali, entre outros seus irmãos mais novos, assemelha-se a um guardião cabeludo e barbudo observando a floresta. Num outro momento, tem-se a impressão de que seus grossos galhos são como os braços de um gigante acorrentado aos céus, bradando contra a humanidade pela derrubada incontida das matas, lar de seus pais, de seus irmãos e de todos seus parentes árvores, numa guerra indefesa, mais desastrosa do que as bombas detonadas ou a serem detonadas por americanos e outros. Mas essa infâmia tem que acabar; aos pés do herói sobrevivente deveriam chorar e arrepender-se aqueles que, sem sentimento algum, devastaram impiedosamente a Mata Atlântica, a Araucária e de quererem agora acabar com a Amazônia.
É importante que visitemos essa preciosidade, que dela falemos aos filhos, sobrinhos, netos e amigos, a fim que as gerações futuras sensibilizem-se para a recuperação do equilíbrio ecológico.
Há um estacionamento junto à mata, onde um monitor espera os visitantes para uma preleção. Segue-se a pé, por caminhos bem cuidados, com quiosques, lixeiras e placas com nomes das espécies de árvores, percorrendo-se cerca de 1,5 k até o jequitibá, onde há bancos de madeira e bebedouros. Indo adiante, temos banheiros limpos e o bosque dos jequitibás, despontando-se um outro enorme, quase do tamanho do nosso gigante herói.
Recomenda-se levar repelentes ou usar calças e mangas compridas, pois os mosquitos de lá ainda não estão acostumados com você.
(Crônica publicada no Informativo Afaban-Ribeirão Preto e Região, edição de março/abril de 2003.)
Nosso gigante é carinhosamente chamado de “Patriarca”.
Ovídio.